sábado, 23 de janeiro de 2010

Alberto Coimbra Chaves, um eterno vencedor


Um guerreiro, um leão cheio de coragem, que representou muito bem o símbolo do câncer infantil. Em nenhum momento ele fraquejou, mas infelizmente a doença resistiu e venceu ele. Tinha muitos sonhos, e deixou um grande exemplo para todos, ele nos mostrou que a vida vale a pena. Vale a pena lutar por ela. Ele lutou até o ultimo suspiro. Deixou sua mensagem de amor, de força, de coragem, de luta. Estava sempre sorrindo, mesmo nas horas mais difíceis. Sempre acreditou muito em Deus. E agora está lá em cima do lado dele, nos observando. O mano, um menino de ouro. Quem o conheceu sabe que sua história é um grande exemplo de vida. É com muita dificuldade que escrevo isso agora, mas ele me disse: Mano escreve sobre mim um dia. E eu estou fazendo isso agora. Isso é apenas o começo, certamente escreverei mais coisas, mas no momento realmente está difícil, a dor é muito grande. Bom, meu leão está lá em cima e nos nossos corações. Alberto Coimbra Chaves, um eterno vencedor. Te amo muito meu irmão.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Apenas escrevo...


Sinto necessidade de escrever. Por muito tempo, ideias vinham em minha cabeça, mas não tinha coragem de botar no papel. Pensava: O que será que aconteceu com aquele menino que adorava escrever e ler? Não conseguia responder. Assim como fiquei um bom tempo sem escrever, fiquei muito tempo sem ler. Isso me cansava. Fiquei com medo de que ler e escrever fosse apenas uma fase, assim como muitas coisas são. Vem, mas vão. Acredito que tenha sido o ritmo de férias. Descanso total, para tudo e todos. Depois de um ano muito cansativo, dei-me o direito de parar um pouco, mas talvez tenha parado demais. Sei que quando escrevo, eu viajo, entro em mundos que desconheço, ou talves conheça tão bem que sei descrevê-los. Escrever para mim é terapia, é carinho, é necessidade. Pensei diversas vezes em escrever, mas sempre começava e nunca terminava. Mas eu vi que é bom não terminar um escrito, assim como não gostamos de dar ponto final nas coisas, eu não me sinto bem terminando um texto. Prefiro dar um tempo, assim como acontece nas relações amorosas. O tempo nas relações é um aviso prévio de que vai acabar. Creio eu que é muito covarde dar um tempo, mas não quero entrar no mérito da questão. Falar em tempo, o que seria o tempo? Para muitos o tempo é muito importante, para mim também é claro, mas eu não sei o que é o tempo. O tempo ora é bom, ora é ruim. Prefiro ir andando. Desde momento que me sentei aqui, não sei aonde quero chegar, continuo andando. Comecei com a ideia de escrever algo para mim mesmo e depois apagar, como faço sempre. Mas continuei escrevendo, e vou continuar. É um desabafo. Estou cansado de mascarar meus sentimentos, será que tenho que sempre demonstrar ser forte? Então porque faço isso? Porque a ilusão é boa às vezes, só que eu me esqueço que por trás dela tem a realidade. Meus pensamentos vêm e vão, as palavras vêm e vão, a vida vem e vai. Tudo, uma hora, vai ir. Tememos em partir, mas porque não encaramos de uma forma natural? Porque? Porque não fomos acostumados assim. Não digo que não devemos lutar. Como diria isso, se na minha própria casa tenho o exemplo do meu irmão. Que luta pela vida. Essa vida que muito dizem que não vale a pena. Meu irmão luta para poder ver um sorriso e poder dar mais um. Luta para poder ensinar e ser ensinado. Luta para poder ver a natureza e sentir-se visto por ela. Meu irmão luta, pois vê que a sua vida é digna de ser vivida. Eu escrevo, pois vejo na escrita uma forma de me expressar. Não consigo falar o que sinto, vejo, penso. Apenas escrevo...

Estava cada vez mais rápido, rodando, rodando, rodando.

Estava prestes a atravessar a cozinha da minha casa, ir até a porta e sair andando para aliviar a cabeça. Não imaginava que seria tão “fácil” mudar o rumo das coisas. Eu atravessei a cozinha, fui até a porta e sai. Andei sem norte. Olhei para o céu e pensei: Será que é para lá que irei? Não sei por que veio esse pensamento, mas quando veio não tive capacidade para responder. Não tinha encontrado a resposta para isso, e nem para minha outra pergunta. Qual o sentido da minha vida? Fiquei muito brabo por não saber responder, mas por mais que eu pensasse sabia que se respondesse na hora, estaria forçando uma resposta que não seria verdadeira. Continuei caminhando. Por entre os prédios, através das fumaças, fui me distanciando da cidade. Queria ir para um lugar tranquilo. Acabei entrando em um bar. Sei que não era um lugar tranquilo, mas uma bebida iria me fazer bem. Pedi uma dose de uísque, depois mais uma e mais uma... Até quase perder a consciência. O dono do bar pediu para eu me retirar. Fui cambaleando pelas ruas até um beco escuro. Lá ouvi vozes de crianças, pareciam estar felizes. Comecei a pensar na minha infância, não veio nada na minha cabeça. Tentei me levantar e fui me arrastando até o parque logo na saída do beco. Deitei-me na grama e pensei que estava acabado. Não tinha ninguém comigo, ninguém para apreciar meu fim. Até que uma linda flor cruzou meu olhar. Olhei para ela, como jamais olhei para uma mulher. Queria ir mais perto, cada vez mais perto. Quando a encostei cortei meus dedos. Não era uma flor, era uma garrafa pet com o fundo de uma garrafa de vidro dentro. Percebi então que estava alucinando. O sangue estava escorrendo pelos meus dedos, mas não senti necessidade de estancá-lo. Imaginei que seria um ótimo final, o sangue escorrendo até eu sair de mim. Comecei a sentir giros, estava tudo rodando. Estava cada vez mais rápido, rodando, rodando, rodando. A minha vida começou a girar na minha frente. Meus pais, amigos, casa, faculdade... Tudo começou a fazer sentido para mim. Peguei um papel e comecei a escrever. Minhas forças estão acabando. E s p e r o q u e a l g u é m l e i a.